No
dia 14 de Outubro de 1962, os Estados Unidos divulgaram fotos, captadas através
de um voo secreto sobre Cuba, que apresentavam instalações preparadas para
abrigar mísseis nucleares soviéticos. O presidente norte-americano John Kennedy
logo comunicou ao mundo o risco existente com a possibilidade de um ataque
altamente destrutivo, encarando o facto como um acto de guerra. Do outro lado
do Atlântico, o Primeiro Ministro soviético Nikita Kruschev adiantava que a base
com os mísseis resultava apenas de uma acção defensiva e serviriam também para
impedir um nova invasão dos Estados Unidos a Cuba.
Com a Crise dos Mísseis de Cuba soou o alarme
no mundo para uma nova guerra durante treze dias, sendo um dos momentos de
maior tensão durante a Guerra Fria. A Crise dos Mísseis de Cuba é conhecida
pelos russos como Crise Caribenha e pelos cubanos como Crise de Outubro.
Os
dias de tensão fizeram a população americana correr na construção de abrigos
pela possibilidade de uma guerra nuclear. A situação era aguda, ambas as
potências possuíam armamento nuclear em grande quantidade e a ocorrência de
ataques seria capaz de destruir completamente o inimigo e até mesmo a população
do planeta.
Após
o delicado período de negociações, no dia 28 de outubro, Nikita Kruschev
conseguiu secretamente fazer com que os Estados Unidos retirassem os seus
mísseis da Turquia, tendo como contrapartida a retirada dos mísseis soviéticos
de Cuba. O evento, embora alarmante, foi importante para lembrar ao mundo a
capacidade de destruição que as armas nucleares possuem, o que levou no ano
seguinte, em 1963, à assinatura de um acordo firmado entre Estados Unidos,União
Soviética e Grã-Bretanha proibindo os testes nucleares na atmosfera, no
alto-mar e no espaço. Alguns anos mais tarde, em 1968, a medida foi ampliada e
60 países assinaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
Mário Rui