Portugueses
na Venezuela: quando a uns se dá um pouco sem dar a todos o que é preciso
Fundamentalmente
é o desalento a invadi-los, forçando-os a naufragar na vida. Chegada a hora
desgrenhada da partida forçada, quando e se podem, transformada numa tortura
latente que já dura há tempo de sobra, fogem de uma “liberdade” que não
conheciam, mas que adivinhavam. Do socialismo bolivariano do século XXI, o mais
que viram foi a fome a toques de clarim de um ditador, talvez mesmo de dois,
caudilhos que nunca perceberam que não se mexe com a barriga de quem tem fome e
não tem dinheiro. Mas em Portugal discute-se o regresso dos nacionais que
rumaram à União Europeia. Os outros, radicados na Venezuela, que se amanhem.
Sobre estes, ouvem-se a espaços longos as “valentias” de um secretáro de
Estado, às vezes as de um ministro dos Negócios Estrangeiros, quase nenhumas as
do malabarista Costa! São como os homens de teatro; mesmo quando estão fora do
palco, representam, apenas. Ninguém lhes consegue reconhecer, até agora, uma
façanha autêntica, com testemunhas de vista, sobre a estratégia a adoptar para
com os 400 mil que por lá estão, dos quais 200 mil em Caracas. É uma farsa
falarem neste momento dos que abalaram para o espaço europeu, sítio onde impera
um regime de liberdade de circulação e de mobilidade de trabalho e deixarem à
sua sorte os que na Venezuela estão privados de direitos humanos essenciais. E
Portugal continua a ter uma mão cheia de ‘professores de declamação’, dizem-se
encarregados de anunciar um desconto fiscal para estimular o regresso de quem
se foi durante a crise, mas é tudo mera propaganda de feira eleitoral. É isto a
Dona Caridade? Não; isto é não querer perceber, esquecendo-a, a real Miséria, a
gravíssima situação em que estão os portugueses na Venezuela!
Mário
Rui
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