Este
mundo do futebol ensandeceu, decididamente! (LER
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Nos
seus velhos dias, deu-se ao pecado da gula e desconfio que começa agora a cavar
o seu sepulcro. Pode haver grande luxo sobre os montes, as serras, a pólis, o
universo, as trompas podem soar nas bancadas deste delírio mas a verdade é que
nem bálsamos, nem orvalhos na relva, tão-pouco rezas, prantos vindos das
cadeiras ou cânticos dos peregrinos da bola, explicam a demência destes
desejos. Parece que já não é a Grécia a lenda da beleza! Agora já é só a loquaz
arte do dinheiro, na insana concavidade de um balneário de homens, a escrever a
estória dos ‘deuses’ com pés de barro. E por este caminho obsceno, num destes
dias ainda os vão vestir com jaqueta curta bordada a oiro, umas meias de
lantejoulas, nas costas um número de néon e os pés, de barro, entenda-se,
metidos nuns chinelos cravados de diamantes. As chuteiras serão cobertas de
plumas e aí sim o negócio estará no bom caminho. Até que o futebol morra de
futebol pois também será causa natural! Mesmo que depois se diga; roupa, estou
sem ela. Vendi tudo. Daqui a pouco tenho fome outra vez.
Mário
Rui
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