“Finanças
dão dados à GNR para identificar terrenos” (LER
AQUI)
Não
se trata de colocar em causa a absoluta necessidade de impor aos respectivos
proprietários a limpeza do que é seu, não obstante tal imposição ora adoptada
padeça de muitas incongruências que dificilmente concorrerão para campanha
exitosa. Mas enfim, essa é outra discussão que não a que agora me convoca para
a interrogação que a seguir deixo: não era suposto que as Finanças guardassem a
informação relativa a todos nós apenas para a cobrança de impostos? É que a
cada dia que passa mais vejo gente, organismos e o que nem sequer conheço,
todos graves nos seus uniformes fatídicos, a ‘maioria’, a esquadrinhar e a controlar
o meu dia-a-dia. Todos a embirrar com a sombra dos outros, com cor de desejos
insaciáveis que não sei por que caminhos nos metem. Com a tradicional
expectoração de medidas ditas judiciosas, vale tudo. Entregues à rota corrente
de nos desnudarem a vidinha de fio a pavio, a pura e a impura, lá voltamos
afinal a um Portugal velho, antigo. Coscuvilheiro e possuído de um alto desejo
de tudo saber sobre o cidadão e jurando não esquecer a menor cautela para com
ele. E quem mais jura, mais mente. O que virá a seguir se todos os processos
são achados bons para a conquista dessa almejada e nunca satisfeita exposição
pública da privacidade dos outros? Alguém conseguirá imprimir mais carácter à
autonomia de cada um ou estaremos condenados a estas prepotências livres de
condições que só nos despem?
Mário
Rui
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