Foi publicada
na comunicação social uma lista de “grandes devedores” da Caixa Geral de Depósitos.
E ontem jogou-se um clássico de parcialidade consciente.
Os
dois fantasmas
Em
Portugal, futebol e grandes devedores da Caixa, embora parecendo áreas
distintas, são uma só e a mesma coisa. Todos os “ilustres” cafres na arte de
enganar o próximo, como a nós mesmos, lá se encontram. No entanto, e também comum
a estas duas actividades, constata-se um gravíssimo defeito; é a mais completa
e desoladora ausência de pornografia, que já não demorará, que nos leve a
definitivamente considerar as duas coisas irmãs gémeas por geração espontânea e
antiga. É a minha impressão financeira e também a desportiva. E não as guardo
no bolso porque murcham, e porque são siamesas, e porque são a vergonha da
nossa sociedade, a desonra do país. Confundo finança com futebol? Não, não
estou nada baralhado e não me encontrareis no fundo nem rancor, nem azedume,
nem despeito. Nem toda a ira, pois, é
maldade. Poderá, tudo isto, apenas inflamar o irritado coração de onde jorra,
mas não o macula nem o degenera. Apenas não encobre o seu desdém pela mediocridade
impunemente reinante no futebol e nas notas do banco de Portugal.
Mário Rui
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