O
novo léxico que caracteriza o ensino básico e secundário em Portugal
Um
ensino que promete utopias com nomes – aliás bastante adequados – como “taxas de
retenção”, “diagnóstico precoce”, “intervenção específica”, “transição
condicionada”, ou seja, um futuro que é aliado do nada.
E
será que ninguém é capaz de dizer a este ensino, que julga ensinar, que a
alegria e o êxito de, por exemplo, ler Eça, ou usar a fórmula resolvente, só
vem depois do trabalho de estudar ambas as matérias? Estas é que são
necessidades básicas que nunca deviam ter desaparecido por completo da nossa
vida escolar. Mas os novos campeões da bisca modificadora trocaram tudo o que
de bom tínhamos no que a algum ensino dizia respeito, e o resultado é este; os “reformadores”
da educação ainda não perceberam que aquilo a que chamam ideias novas, são
afinal ideias muito antigas mas agora completamente fora do sítio. A grande questão
não consiste em saber se os alunos têm qualidade suficiente para terem direito
a estudar, pois todos o têm; a questão está em saber se a escola tem qualidade
suficiente para ensinar os alunos. Como está, com invenções paridas pela
extravagância dos especialistas da beatice política, não tem! Nem com
transições, nem com intervenções, e ainda muito menos com retenções, só lá vai
mas é com progressões, o resto é esperteza saloia que só dá cabo da sabedoria!
Mário
Rui
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