Se
o tempo não deixa, se a chuva insiste em mostrar a extensão dos seus vastos
impérios, se o Entrudo não sorri, se havemos de ficar nessa forma de penitência
intencional, então manda a sabedoria que não nos desesperemos com as coisas.
Elege-se pois outro modo de vida na espera de que o Sol nasça todas as manhãs,
mesmo quando não nasce, e de que nunca é tarde demais para abrirmos mão de
coisas cruzadas. O que hoje se aceita em fazendo contas de cabeça, louvando em
silêncio uma folha de jornal, pode revelar-se amanhã como um equívoco. Talvez,
até, quem sabe, mera fumaça de opinião que por ora se toma por céu limpo e azul,
mas pouco mais se pode fazer. Se fosse eu a decidir, bem que gostaria de contar
tudo o que sei a propósito do tempo ruim e depois pintaria no meu portão, só
para esse danado: Entrada Proibida!
Mário Rui
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