É
sempre reconfortante saber-se, ou no mínimo pressentir-se, que o conflito entre
civilizações não será a última etapa na evolução do mundo moderno. É
agora muito mais expressivo agrupar as diferenças, quando existem, segundo as
suas culturas e evoluções sociais. Ainda que as pessoas tenham níveis de
identidades diferentes, é possível mudar para melhor a composição e a fronteira
dessas mesmas civilizações. O globo seria um sítio muito mais agradável se as
interacções humanas fossem sinónimo das convergências conseguidas em lugar das
diferenças procuradas que, em regra, significam apenas guerra. Fazem falta
mais homens capazes de lutarem pelo crescimento desta consciência
civilizacional. Nas crenças religiosas, apesar das inerentes imperfeições,
vão-se dando passos promissores. Pena é que no plano político se continue a
valorizar o individualismo ideológico, espécie de guerra-fria entre
semelhantes, quando afinal as similitudes culturais e as necessidades de cada
país, deveriam levar, pesadas as diversidades, à integração do bem comum. Neste
caso, imperam os prolongamentos dos clãs tradicionais e só por uma razão;
completa ausência de líder, o que consegue antecipar as boas mudanças e desse
modo se adianta aos competidores. Essa é razão pela qual subsiste a idiota
pergunta «de que lado estás?».
Mário
Rui
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