Estou
fartinho de reflexão (VER
AQUI)
Ainda
que a diversidade seja uma das características da vida, há coisas das quais não
nos devíamos demitir, e eu acho que ao escrever-se a edição final de um
mandato, quer se defenda ou não o 5 de Outubro, o mínimo que se deveria exigir
era que o PR, tão circunspecto em certos detalhes muito acabados, não deixasse
outras pinturas que dão sonho à tela com traços tão mal acabados. Assim, as
ausências, as abolições e as demissões, retratam apenas ideias muito pouco
republicanas por parte de quem é chefe de uma República! É que a seguir virá um
1.º de Dezembro que também já não mostra retábulo onde se prante dignidade, e
muito menos orgulho por 40 conjurados que cumpriram devolver o país às suas
origens, teimosia que em minha opinão foi uma grandeza. A continuar esta saga
fúnebre, de índole política avulsa, tudo o que restará há-de ser um forte sinal
da aniquilação completa do carácter cívico de um povo! Se assim o querem, vo-lo
indico; acabem também com os Jerónimos, Batalha, Aljubarrota, digam que
Tordesilhas não foi, que Gama só desembarcou nas Berlengas e que Pero Vaz veio
de caminha porque estava doente, de Camões não sublinhem a obra épica mas digam
antes que se tratava de rapaz que comia incertezas ao almoço, de Camilo falem
ter sido gabarola de decilitros, não de escrita, mas de líquidos, e por aí
fora, a fonte é inesgotável. Depois de tudo isto feito, nós por cá ficaremos
remoendo todo o resto da nossa vida este remorso por não termos sido capazes de
evitar o furto do nosso pátrio orgulho. Ficaremos nós, e infelizmente as
alcoviteiras e os cretinos que montaram banca onde se vai vendendo à parcela o
pouco da honra lusitana que nos sobra. Eu bem queria ficar calado, mas não
consigo! Republicano, sou eu, apesar de gostar muito de um bom bolo-rei. Boa
noite e enfartem-se alguns com o seu republicanismo estremunhado.
Mário Rui
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