Cresce a confusão. Estamos perante um caso
singular. Roubo, mentira, coisa persecutória, ficção, verdade, dislate,
entretenimento, fantástica novela, alquimia? Tancos pode ser todas estas coisas
mas, pelos vistos, ainda não se encaixa em nenhuma. Por ora, é, afiançadamente,
uma grande barafunda, uma obra de agulha, com crivos, imitando renda
labiríntica. E queira o santo juízo que não seja bem pior do que isto. E se for
guerra entre sociedades secretas, regidas pelos “insondáveis interesses”? Digo
mal ? E se for um querer apagar-nos a lucidez de modo a que não percebamos um
jogo em que todos parecem fazer batota? E se afinal for muito, muito mais do
que tudo isto? E se isto for a nossa pouca sorte de vivermos num país
radicalmente mudado e injustamente votado ao dito jogo sujo com tal firmeza de
técnica adoptada? Sei lá eu onde desaguará este rio perante o qual todo o velho
Portugal se interroga e cai de cócoras. No que irá dar tanta ziguezaguear de
serpente em leito tão caudaloso? Eu, não tendo por costume correr a foguetes,
cá fico para, se possível, apanhar as canas.
Mário Rui
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