22
de Junho de 1964/2019
Parabéns,
Varela. Há pontes íntimas, familiares, incapazes de dar um passo sem que os
vizinhos não saibam.
Não
sei por quantos mais anos nos servirá de passagem para a outra margem. Só sei
que mais de meio caminho da jornada está percorrido, quer seja para um lado ou
para o outro.
E
que o diga quem vai e vem. É um desinteressado mas sincero afecto aquele que
nos argamassa ao embalo nostálgico da travessia da Varela, como se não fosse
desde logo motivo de paixão o simples facto de almejarmos a Torreira tão
modesta, tão lavada, tão risonha.
Sem
o consentimento de tabuleiro que tantas fisionomias exibe aos nossos sentidos,
a viagem ficaria sempre sem poesia de observação.
Sabendo-lhe
um pedaço da história, que se liga à história de todos nós, acabo sempre com a
ideia de que todo o espectáculo da Ria, depois do mar, da praia e da nossa
fruição, é a tempo constante feito especialmente para o seu e nosso gozo.
Mário
Rui
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