"Fui cuspido
e insultado. Tive de tirar a minha filha dali"
“Mais uma semana,
mais uma a motivar reflexão no futebol português – e de novo a envolver uma
criança que tinha como único objectivo assistir a um jogo. Desta vez, o
episódio aconteceu no Estádio Coimbra da Mota, no Estoril, e obrigou a que uma
menina saísse com o pai dos lugares para onde tinham bilhete”.
Para mim, o que
vale para uns, vale também para os outros. Fazer igual ao que aconteceu em
Famalicão, tem como objectivo apenas isto; produzir a confusão que consolide a
ignorância e a estupidez em definitivo por parte de gente que não faz falta
nenhuma ao futebol. Entre as dúvidas, as de sempre, isto vai dar certo? O pai e
a criança iriam causar algum terramoto na bancada do Estoril? Mas as surpresas
derrotam as dúvidas e é por isso que no futebol nacional tudo se apresenta pela
óptica da anormalidade. A violência, a pobreza de espírito, o todo-poderoso, o
ódio e por aí fora. Tudo muito mais incongruente e violento do que possamos
crer, imaginar. Esta foi mais uma
mancha que mobilizou as massas arrogantes, na girândola louca do fanatismo.
Afastar este adepto e a criança, é mais um “triunfo” da fase caótica num país
de gente abjecta, num futebol sem responsáveis que ponham mão a actos deste
calibre, responsáveis que, produzindo uma legião de adultos frustrados,
alienados e incapazes de lidar com a realidade e com a responsabilidade, mais
não fazem senão vender como normalidade as coisas mais anormais do mundo da
bola. É assim que todo o tipo de charlatão-dirigente,
desde logo o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, prospera em
Portugal e em particular no futebol!