O
menino de 10 anos com a camisola do Benfica
No
estádio do Famalicão um jovem adepto de 10 anos foi obrigado a retirar a
camisola do Benfica, por não estar sentado na zona afecta aos visitantes. O
caso tem gerado muita polémica nas redes sociais entre os benfiquistas, mas não
só. Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional,
acabou por reagir a este episódio no seu Twitter, dizendo que “Se queremos que
o Futebol seja uma festa para as famílias, temos de refletir quanto ao
significado de uma criança ser obrigada a despir a camisola do seu emblema pelo
simples facto de estar numa bancada onde a maioria dos adeptos torce por outro
clube”. Palavras, leva-as o vento. E de figuras de retórica em que a significação
habitual do que se diz nunca é substituída por outra que melhor se perceba,
estou eu farto. Se não nos comove aquilo que verbalizou, também não nos pode
mover a sua esperteza. O que seria mais eficaz era ter feito declaração com
mais seriedade, e tendo o conhecimento de causa à mão, não nos iludir pelas
falsas alternativas da propaganda imediata. Em lugar de “refletir”, é preciso é
“Fazer”, isso sim, um verbo transitivo que significa dar existência, ser autor
de medidas, criar, obrar. Pedro Proença, não adie para as calendas gregas o
dever de perguntar o que é o futebol em Portugal, coisa que deveria ter feito
há já muito tempo e que só poderia servir-lhe para já ter realizado o que nunca
fez; não obra de fancaria, mas antes obra de justiça e união. Realmente, o
menino de dez anos era bem capaz de incendiar a bancada do adversário. Veja lá
se percebe sobretudo a realidade humana, que vale para além de toda condição de
adepto com ética bem definida, mas não vale para o adepto, sem ética, proibido de
entrar legalmente em estádios de futebol e lá está em todos jogos, sem que, por
isso, seja importunado por quem quer que seja. Impunidade absoluta, ou então
segregação total!
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