___________________________ _____________________________
terça-feira, 15 de junho de 2021
Já escolhi os Campeões do Campeonato da Europa da UEFA
Futebol: para mim estão escolhidos os
Campeões do Campeonato da Europa da UEFA.
São eles Christian Eriksen e toda a
gente distinta, sincera, despresumida e mágica, que fez do absurdo um
´milagre’. E quando acontece este prodígio solidário, agradeço o ‘milagre’ –
sem me importar com o clube, o país que o oferece ou as mãos que o tornam
possível. Todos fazem o impossível para obter a vitória... da vida.
Mário Rui
___________________________ _____________________________
Jogador da Dinamarca cai inanimado no relvado - Euro 2021
Algo muito difícil de se dar à nossa
percepção o sucedido e que sempre se lamenta. Que tudo corra pelo melhor ao
jogador, pois o jogo é a coisa que menos interessa. Mas também não compreendo a
razão pela qual o encontro deva ser retomado após o acontecido. Já se vê o
quanto vai do lado humano solidário ao aparente. O saber da aparência crê e
ostenta saber tudo. O saber de realidade, quanto mais real, assim, mais
desconfia do que vai vendo. É a minha opinião! Vale o que vale.
Mário Rui
___________________________ _____________________________
Os ócios
E aqui está o que melhor faz ao
progresso humano. Serenos ajuntamentos por onde passear os ócios.
___________________________ _____________________________
Ainda hoje sinto os perfumes dessas noites de palco
Eu, no meu nada, a Mimi, (Maria Arminda
Leite) no seu todo, quando, em parceria, das muitas que fiz por outros eventos,
apresentávamos no Cine-Teatro de Estarreja o espectáculo para a eleição do Par
Real do Carnaval de 1979.
Obrigado pela foto, Mimi. Volvidas
quatro décadas, à luz dos modernos tempos, com 24 anos já andava nestas
andanças pelo que agora só me apetece perguntar porque raio anda o tempo tão
depressa. Sorrisos gratos para ti. Ainda hoje sinto os perfumes dessas noites
de palco e os da tua companhia.
Mário Rui
___________________________ _____________________________
Escola Industrial de Estarreja
As primeiras finalistas do ‘Curso de
Formação Feminina’ em 1971
Hoje, tão acostumados que estamos à
nossa contagem do tempo, podemos não perceber a razão pela qual o tempo existe.
Mas existe e continua constante, da nascente à foz, do passado para o futuro.
Não falo por ora do presente porque esse está aqui, agora mesmo. E se tantas
foram as vezes em que vos falei dos amigos que vestiram os meus mais verdes
anos, então que se agitem agora as orlas luminosas das que se fixaram em nós
durante muito tempo; as meninas nossas colegas na Escola Industrial de
Estarreja, de 1965 a 1971. Mesmo apartados e de tapume espinhoso, quando a
campainha soava para largarmos a sala de aula, lá saiamos separados, com o
olhar sôfrego de quem espreitava azada oportunidade para buscar um trocar de
olhares, despedaçando, em pensamento, a separação da penosa disciplina do
género. Àquela instantânea ressurreição nada, nada podia pôr peias. Em grupos
juntavam-se elas, em magalas sem licença de passar a fronteira ficávamos nós,
os rapazes. Era o tempo daquele tempo que agora trago ao presente. No entanto,
nessa porção de tempo, estrada e estudo, cada dia e cada ano que findava
trazia-nos mais um valioso conhecimento e acrescentava uma pedra ao monumento
da nossa inocência, muitas vezes também feliz. E nisso, a fisionomia linda das
colegas, e com ar de simpatia, correspondia sempre a uns comunicativos
sorrisos, daqueles que queriam travar conversa. Por isso, quando fruíamos desse
prazer, estávamos a preparar o luar desse gozo, o deleite brando e demorado de
as termos por companheiras. Obrigado a todas. E como recordar é acordar, neste
presente que corre, sublinho, quem nos fez bem, semeou saudade. Vós, caras
lindas!
___________________________ _____________________________
Dia Mundial da Criança
Um olho se me ri, outro se me chora, no Dia Mundial da Criança
A alegria vale sobretudo pelo fio de
doçura que deixa em cada um dos mais pequeninos. Mostrar ao mundo a palidez de
faces emagrecidas, olhos cavos e fixos no nada, isso é que nos deixa tristes
porque andam a roubar-nos os nossos tesouros. E se viver alegremente é coisa
que desejamos a toda a infância, então o que deveríamos fazer era castigar
rudemente as mãos roubadoras do património mais sagrado da humanidade – as
crianças, todas, mas em especial as mais desprotegidas desta vida e do futuro.
Vãos desejos, talvez, mas bons de certo.
Mário Rui
___________________________ _____________________________
Dos grandes desabamentos da imaginação
Destas
“bolhas” feitas caos, que iludem a realidade do que somos e que só servem para
nos manter distraídos de tudo quanto tememos, é o que mais temos visto. É só
retroceder um pouco no tempo, e se for ao tempo quente, então o que nos vem à
memória são as lágrimas enxutas pelas labaredas da inoperância e contradições
roçando a pacatez das vítimas indefesas.
O
que dá mais que pensar é que nós ainda não pensamos!
"As
pessoas que vierem à final da Liga dos Campeões virão e regressarão no mesmo
dia, com teste feito, em situação de bolha, ou seja, em voos charter, com
deslocações para uma zona de espera. Daí irão para o estádio e depois para o
aeroporto, estando em território nacional menos de 24 horas, numa permanência
em bolha e com testes obrigatórios, feitos, em princípio, antes de entrarem no
avião", prometeu Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da
Presidência.
E
tudo anunciado para uma “bolha” que não existiu, mas teimando nessa mensagem
quando centenas de ingleses já vandalizavam a cidade e andavam à cacetada pelas
ruas do Porto.
___________________________ _____________________________
Ora bolas para a bola!
Preparar!..
Apontar!… ‘Bastonar’! Parece demasiado bacoca a receita a aplicar a estes
tristes acontecimentos. Não obstante, não há muito mais a propor quanto a esta
cáfila de selvagens que passou a fronteira e, parece, que no meio da geral
indiferença, para incomodar o pacato cidadão do Porto e não só. Destes
selvagens, alguns descalços e outros rotos, a maior parte sem pau nem pedra,
gente pacifica como bois de trabalho, muito pacifica e muito humilde, já era de
esperar a sua total incapacidade de faltarem à sua palavra; ódio e mais ódio e
quanto mais brutalidade melhor. E a polícia, se calhar atinente a recomendações
superiores, não fosse o reino de sua majestade ficar zangado e muitos
portugueses seduzidos pelo espírito de conversadores ficassem indignados, lá
estava com o seu ar recolhido e transigente, dando a muito bom português, e até
aos facínoras ingleses, a impressão de simples pensadores. Ora bolas para tanta
passividade.
Mário Rui
___________________________ _____________________________
Um exercício de palhaços
Assim,
sim. Vivêssemos nós num país com muitos governantes como este e, como diria
Gedeão, “sempre que um homem sonha o mundo pula e avança”. Há inaugurações
verdadeiramente singulares, pena é que a espécie de êxito destes actos com
sabor pelintra de arraial, seja apenas uma exibição de bobos, em público.
Quanto ao mais, ridicularia, um exercício de palhaços.
___________________________ _____________________________
Charles Aznavour
PÉROLAS!
97 anos depois
Charles Aznavour – 22 de Maio de
1924 / 1 de Outubro de 2018
Mário Rui
___________________________ _____________________________
Peça antes um pires de gastrópodes terrestres
Peça
antes um pires de gastrópodes terrestres (LER
AQUI)
E
a gente, quando chega a grande, chega a ter pena de não ser outra vez
pequenino. Mas antes mesmo do murro na batata e de punhetar o bacalhau, eu
optaria por tratar do caracol, outro prato típico português. Não que o nome me
incomode, mas de modo a não ofender brasileiro, passaria a pedir um pires de
gastrópodes terrestres. Outra coisa que faria era obrigá-lo a pagar renda de
casa pois para onde quer que vá já leva uma às costas e de borla. Mais um
inconveniente que revelam é serem muito vagarosos sendo por isso bastante
parecidos com os cágados (cuidado com o acento) lesmas, e outros animalejos que
fingem que andam e nunca mais chegam ao seu destino. No entanto, reconheça-se,
no mundo dos bichos, bichinhos, e bicharocos, os caracóis pertencem ao grupo daqueles
que não podem cometer delitos, seguidos de fuga, devido ao rasto denunciante
que deixam no caminho que atravessam. E,
isto, sim, não é coisa de somenos importância já que é verdadeiramente
inaceitável que não se possa enxertar caracóis em todos os artistas da
“nouvelle cuisine”, para sabermos quais as que lhes estão entregues. E, no caso
dos bandidos, o enxerto seria igualmente utilíssimo, pois pouparia em muito o
ocupado polícia a descobrir-lhes o esconderijo. Importante é que tudo isto se
fizesse antes mesmo de porem patins nas galinhas, ou anzóis na língua do porco.
E já que estamos gastronomicamente pensando, convirá lembrar o sumo da uva,
pois seja quem for que o saboreie, sou eu quem, fatalmente, paga as rolhas. Vai
voltar ao jarro, adiantam os “chefs”, numa feliz reedição do lavrador não
científico.
___________________________ _____________________________