Peça
antes um pires de gastrópodes terrestres (LER
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E
a gente, quando chega a grande, chega a ter pena de não ser outra vez
pequenino. Mas antes mesmo do murro na batata e de punhetar o bacalhau, eu
optaria por tratar do caracol, outro prato típico português. Não que o nome me
incomode, mas de modo a não ofender brasileiro, passaria a pedir um pires de
gastrópodes terrestres. Outra coisa que faria era obrigá-lo a pagar renda de
casa pois para onde quer que vá já leva uma às costas e de borla. Mais um
inconveniente que revelam é serem muito vagarosos sendo por isso bastante
parecidos com os cágados (cuidado com o acento) lesmas, e outros animalejos que
fingem que andam e nunca mais chegam ao seu destino. No entanto, reconheça-se,
no mundo dos bichos, bichinhos, e bicharocos, os caracóis pertencem ao grupo daqueles
que não podem cometer delitos, seguidos de fuga, devido ao rasto denunciante
que deixam no caminho que atravessam. E,
isto, sim, não é coisa de somenos importância já que é verdadeiramente
inaceitável que não se possa enxertar caracóis em todos os artistas da
“nouvelle cuisine”, para sabermos quais as que lhes estão entregues. E, no caso
dos bandidos, o enxerto seria igualmente utilíssimo, pois pouparia em muito o
ocupado polícia a descobrir-lhes o esconderijo. Importante é que tudo isto se
fizesse antes mesmo de porem patins nas galinhas, ou anzóis na língua do porco.
E já que estamos gastronomicamente pensando, convirá lembrar o sumo da uva,
pois seja quem for que o saboreie, sou eu quem, fatalmente, paga as rolhas. Vai
voltar ao jarro, adiantam os “chefs”, numa feliz reedição do lavrador não
científico.
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