Tal
como numa disputa em campo relvado, importante, mas mesmo muito importante para
o quotidiano dos portugueses é que se discuta quantos golos foram marcados,
quantos são os que vão aos olímpicos de Bruxelas, em que pista vão correr,
aproveitando-se, como de resto quase sempre, o rescaldo de mais um acto
eleitoral para se descarregar a artilharia contra o adversário e já agora, digo
eu, para nos descarregarem em cima também algumas múmias de reis politicamente
exumados. É isto por cá! Por lá, não sei, nem quero saber. Interessa-me o de
dentro e se o de fora não é muito diferente, para mim são só infantis
curiosidades. Adorava era que me falassem das coisas de que ninguém gosta e das
coisas que toda a gente diz que estão muito mal. Das necessidades que fechem de
vez a pândega em que estamos, zero! A esta certeza de impunidades, ninguém
responde!
Quanto
ao provento da política imperante, ficámos assim; o PS chegou primeiro, a AP
(PSD/CDS) veio depois e a seguir CDU, MPT e BE, com leituras distintas.
Quanto
ao mais, fica por dissecar o verdadeiramente relevante. É o seguinte; cerca de
62,2 / 66% fica do lado da abstenção. Quem explicou a cifra? Quem tomou posse
destes números de modo a tornar inteligível este ramo ascendente representativo
do período que vivemos? Ninguém! Do bonito que há-de vir a seguir, quer seja
como a vida das rosas ou como as setas do cupido, nada se fez ouvir! Lindo…
Do
espantoso avanço da extrema-direita imbecil francesa, ramo agora descendente da
“liberté, égalité, fraternité”, também não reparei em abordagem que se impunha.
De novo, lindo!
E
assim acaba mais um regozijo por maior número de golos marcados ou um desânimo
por decrepitudes precoces, sendo que ao pagode ainda sobra a possibilidade de
rebater no dia seguinte os valores dos que se julgam populares.
Rebatam
muito e bem! Façamos nós o considerável pois há que isolar bem a poesia dos
outros, dos que estão possuídos de acrobacia política.
Mário
Rui
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