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domingo, 11 de julho de 2021
“Convites” embalados em espectáculos tristes
Até posso desculpar esta posição da Marinha considerando tal postura ligada ao risco associado ao desempenho deste ramo das Forças Armadas (FA). Mas, mais do que isso, o que eu tenho é a esperança de convencer as FA de que esta concepção de recrutamento precoce - chamam-lhe “convite” - é simplesmente estúpida e desvenda bem algumas das características do mundo em que vivemos. Mas será que voltámos ao tempo, como aliás ainda hoje acontece (na estimativa da ONG britânica Human Rights Watch, algo entre 200 000 e 300 000 crianças ainda hoje participam em guerras em 21 países), em que o destino dos nascentes era serem meninos-soldados? O “convite” agora feito ao Noah que “poderá vir a fazer parte do Destacamento de Ações Especiais, onde as táticas de sobrevivência são fundamentais”, ou é coisa imbecil ou então é pura brincadeira. Não menos vital é questionar se esta Marinha e este desafio feito agora a uma criança de tenra idade, mas lá “para os 18 anos”, não será a cota-parte mais importante, e quantas vezes a falta voluntária mais básica contra o bom-senso, que induzem os mais novinhos a condutas de risco. Afinal com que amigos se constrói a alegria de uma feliz infância? Mas, crianças, nunca cedam a ninguém essa virtude da meninice doce, alegre e brincalhona e fiquem sempre corações assim simples, porque a alguns adultos só lhes dá para a mania dos desafios irrespiráveis! (LER AQUI)
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Quando
escrever nasce da necessidade de agradecer a muitos o empenho de tão grande
esforço, indispensável para levar a cabo tão nobre desígnio, a voz humana não
encontra quem a detenha para falar da tristeza que se converte em alegria única
e que deixa um rasto luminoso que só alguns percebem. O afago nas mãos, a
doçura na boca, a meiguice na cara, não precisa de mais comentário.
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1961-2021: 60.º aniversário do início da Guerra Colonial
(imagem: Cortesia de Agostinho Pinto
Mário Rui
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Portugal venceu a Hungria
Portugal
venceu a Hungria e essa é a boa notícia. A má, é que continuamos a confiar sem
desconfiar do inimigo invisível.
Estarei
por certo enganado, e até creio que a causa de todos estes efeitos poderá estar
na actividade da minha imaginação e numa vista penetrantíssima. Mas, estar num
estádio a abarrotar de gente, numa altura em que o mundo está cheio de
nevoeiros pandémicos difundidos por toda a parte, não será o chamado orgulho do
fracasso em termos de combate ao coronavírus? É caso para dizer, arrisquemos,
pois, com a consciência tranquila, e depois discursemos contra o mal do mundo.
Quem isto permite e quem isto aceita ainda não percebeu que é subestimando o
inimigo que se perdem as guerras?
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Observações esparsas
Não
sei bem que relação há entre uma grua e um avermelhado poente. São observações
esparsas, não pretendem traçar um diagnóstico de conjunto, mas indicam
fortemente no sentido de que importa é aproveitar o momento. Aproveitar um
enfoque, o sentido deste conjunto de coisas, não foi, claro, por nenhuma
intenção profunda. Foi por autêntica incapacidade de fazer de outro modo. Mas,
como hoje também é difícil encontrar alguém capaz de fixar um conjunto sem
sentido na mente por dez segundos, a imaginação voa logo para um rendilhado de
frivolidades em torno do nada, resolvi fazer desta imagem sem fundamento o que
vi neste ar avermelhado; um feixe de certezas colectivas reconfortantemente
indiscutíveis e que, de quando em vez, convém fixar por dez segundos. E fiz bem,
até porque agora toda a diferenciação do pior que se vê ou não se vê, do melhor
que se sente ou não sente, do que está mais alto e do que está mais baixo,
acaba sempre condenada como discriminatória e até racista.
Mário Rui
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