Éramos todos mais novos. Nesse tempo líamos “Helga,
o segredo da maternidade”. Foi a primeira obra verdadeiramente honesta sobre um
tema profundamente humano e, ao tempo, quase desconhecido. Confundíamos então
educação sexual com sexo. Éramos assim! Frutos da árvore que em nós quiseram
plantar. De cariz completamente diferente, depois veio 'Emmanuelle' star Sylvia
Kristel. Não li, mas vi. Colidiu com numerosos pressupostos morais, com hábitos
sociais e com uma ultrapassada "política" de sigilo que se opunha à disseminação não só dos ensinamentos
sensuais como também à divulgação dos mais simples princípios de orientação e
de mentalização da minha juventude. De qualidade cénica duvidosa, nem por isso
deixou de marcar pontos quanto a alguns ensinamentos e ao abrir da pestana que
tanto jeito nos fez. Pela minha parte só me fortaleceu. Era holandesa e
resta-me acenar-lhe cordatamente para a última viagem que agora chegou.
Mário Rui