Ou me engano muito ou lá há-de vir o tempo em que o futebol não
será jogado por humanos mas antes por máquinas. Não me perguntem como serão os
resultados no final da contenda porque isso já é coisa difícil de imaginar. O
que eu sei é que está na moda a “internet das coisas” e portanto é de supor que
só para satisfazer os viciados em tecnologia, os que vivem e só falam da
história das ferramentas modernas, mais dia, menos dia, apenas teremos
autómatos sem sentimentos e assim a equipa robotizada empenhada em subjugar
mecanicamente, quando triunfar encontrará a derradeira derrota. No jogo
seguinte tudo será diferente pois a contribuição criativa trazida pela
capacidade de imaginação da era futura que já é hoje, encontrará por certo
maneira de obter novos e arrebatadores triunfos e assim os de ontem ficarão
como mera recordação de percurso terminado. Venha o novo. Esta súbita
abundância e a evidente disponibilidade das experiências que fazem o mundo
pular e avançar é sem dúvida útil aos humanos desde que tais presenças não se
resumam a fazer ir para diante mas afrontando e humilhando os menos aptos.
Progredir sim, ignorar não, posto que por agora o morrer, assim como o nascer,
só ocorre uma vez. Se calhar, felizmente, digo eu.
Mário Rui
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