Castanhos,
cinzas, escuros, tudo tons de um Inverno que se retrata em águas de silêncio
condensado por toda a banda numa grande pacificação de tempo adormecido e
aborrecido. Nem vivalma pelas ladeiras que levam ao rio destas paisagens turvas
e indecisas, numa luz mortiça que não é bem manhã, nem tarde, nem noite. Brisas
fortes pelas ramas do arvoredo que fazem guarda ao nosso rio, lá isso sentimos.
Às vezes toca-nos um marulhar monótono, quando não agitado, de águas cheias e
distraídas correndo em passos de paciência sei lá com que destino. Aqui e ali
fazem remoinho por descuido de tanto obstáculo que lhes trava a marcha. E assim
se vão espraiando em remadelas invernosas dando-nos a ver a natureza acordada
para esta labuta interminável de Inverno que tudo afoga! E agora? Jogamos às
pocinhas ou de novo nos pomos a caminho à procura do restolho dos dias abertos
e luminosos?
Mário
Rui
___________________________ __________________________
___________________________ __________________________