“O
ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social confirmou o corte, em
2014, nas pensões de sobrevivência, quando acumuladas com uma segunda reforma,
sem esclarecer qual o patamar mínimo a partir do qual será feito esse corte.”
Tiram
o emprego aos pais, roubam o futuro aos filhos e agora decidem matar os avós?
Por
muita tentativa de compreensão que queiramos ter relativamente aos sacrifícios
que são exigidos a alguns portugueses,
sempre os mesmos, logo ficamos incrédulos, descrentes, posto que são os que
menos têm o alvo preferido deste governo. Insistentemente sempre os mesmos.
Esta é que é a triste realidade de uma
morte lenta e anunciada, qual forte e crescente inclinação a estender de forma extrema aos mais necessitados. Tudo
está ao contrário. E como este verdadeiro saque não parece encontrar-se em vias
de diminuir, mas de crescer, então resta discutir se algumas necessidades
sociais são melhor servidas por outra gente. Não que acredite na mudança para
melhor mas também creio que ninguém vive
sem mudança. O abuso a que temos vindo a assistir consiste basicamente na
ausência de consciência quanto aos danos causados aos pobres, que urge ter em
conta, sendo afinal uma soberania de
governo que apenas pretende dar protecção à supremacia de grupos económicos e
financeiros que continuam incólumes ao actual estado de resgate nacional. Os
outros que paguem a crise, é o que ressalta de tal actuação. Banca, EDP, PT e
outros que tais, protestam sempre e quando lhes são pedidos sacrifícios e a
declaração enérgica e solene de que estes são ilegais implica necessariamente
vantagem. Os martirizados, esses, nem ao protesto se arrogam pois têm outras
preocupações que os mobilizam. A renda
da casa, o médico, a farmácia. Apetece perguntar qual é hoje a cotação do dia
de um homem pobre e honesto? No melhor dos casos, é cotação que a nada mais
terá direito do que depositar na urna um voto insignificante e, de passagem,
desejar-lhe boa sorte. Na urna do voto, a que se seguirá a outra, a do túmulo,
pois é esse o caminho que o governo de Portugal
lhe reserva, e se depressa, melhor. Assim tratado o assunto, e não
vislumbrando modo distinto de o fazer, ainda que desejemos acreditar na escassa
virtude das acçoes do governo, acabamos por concluir não haver qualquer usufruto
deste inocente crer. Os exemplos só a este raciocínio podem conduzir. Por mim,
mesmo que às vezes não o queira, acho que é uma obrigação resistir escrevendo.
Não será certamente uma atitude pior que o mal a ser combatido!
Mário
Rui