Cultivando
uma dessas intimidades que entre tudo o que cansa jamais cansam os inovadores,
aí está uma nova variedade do famoso bolo de bacalhau. Dizem eles que não é
bolo mas antes pastel de bacalhau com queijo da serra. Mesmo que quisesse
harmonia com o estado de alma de alguma renovada culinária lusa, ficar-me-ia
por certo um travo algo indefinido posto que, provando-o, não me sorriu nem
queijo nem bacalhau. Mas isto sou eu a dar conta do meu conservador sentido do
paladar, coisa que não conta para nada e muito menos interessará a quem quer
que seja, aproveitando ao mesmo tempo para desejar óptima degustação aos que
sempre gostam da densidade do que é novo porém feito com ideias antigas. Bem
sei que a arte de cozinhar é um fim em si mesma, mas neste particular do
bacalhau gosto mais de estar à altura do antigo quotidiano. É por isso que voto
no velho “bolinho de bacalhau” pois quando me sabe bem prefiro esquecer a
lógica da moda. Mas não se deixem influenciar, comam muitos pastéis de gadídeo
com serranos lacticínios e que isso vos delicie.
Mário
Rui
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