Quando
se está fatigado deste tempo pouco afável , nada doce, que nos visita, senta-se
a gente na soleira da porta com um amigo da antiga mocidade e vamos conversando
com os olhos cheios de passado. Se olharmos para o céu, que se supõe escuro, e
está mesmo, de repente acende-se uma estrela de artifícios e vaidades. É quando
os acasos providenciais da amizade, intimamente ligados às nossas vidas, se
tornam esperança fácil do sol que há-de vir. Valha-nos isso. De resto,
adivinha-se um Verão quente mas só lá para o Outono. Até pode ser antes, quando
começar mais uma eleição de disputas e invejas políticas. Até lá, com os nossos
deliciosos vagares reentrados nas simplicidades d’outrora, guardemos os
bilhetes de outras velhas viagens e com muito sol.
Mário
Rui
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