Vítor
Manuel Ramalho
11
de agosto
Foi
uma ideia original de D. Afonso III e de seu filho D. Dinis, plantador de naus
a haver. Estúpidos e meio boçais, nunca apresentaram um Plano de Ordenamento e
Gestão Florestal. Depois deles, o filho da mãe do D. Afonso IV não mandou fazer
estudos topográficos e geodésicos. D. Manuel I, desmiolado, esqueceu-se de
estudar os resíduos sólidos e os recursos faunísticos. D. João V, esse palerma,
desprezou os avanços da bioclimatologia e da ecofisiologia das árvores.
A
maluca da D. Maria I não percebia nada de biologia vegetal e da diversidade das
plantas. No fundo, era uma reaccionária.
O
resultado de sete séculos de incúria está à vista: ardeu tudo.
Há-de
ali nascer um novo pinhal, após rigorosos estudos académicos e científicos. Em
vez do bolorento nome de Pinhal de El-Rei, irá decerto chamar-se Complexo
Bio-Florestal 25 de Abril, com árvores de várias espécies para assegurar a
pluralidade, esplanadas e bares, passadiços, zonas culturais — e uma ciclovia
asfaltada da Marinha Grande a São Pedro de Moel.
Estou
certo de que o projecto assentará numa "visão pós-moderna da
natureza" e no "conhecimento da dinâmica dos sistemas vivos",
além da “capacidade de análise e interpretação da paisagem como meio
influenciador do homem”.
Bem
vistas as coisas, tivemos muita sorte..
O
que nos espanta é como foi possível. Tantas centenas de anos sem aviões para
apagar fogos, sem SIRESP, sem carros de bombeiros, sem autoridade (?) da
protecção civil e sem diversificação das espécies … e só agora (que já temos
estes meios toda) é que ardeu !!!
Mário Rui
___________________________ _____________________________
___________________________ _____________________________