Pelos
vistos já se pode falar em “enxame” de aviões russos pois só este ano mais de
cem sobrevoaram espaço aéreo europeu, voos não comunicados previamente, criando
desse modo um clima de tensão entre a Rússia e a NATO. Dizem os analistas
destes assuntos que nem durante a chamada “Guerra Fria” se verificou tal
actividade nos céus controlados pela Aliança Atlântica. Em todo o caso, cá para
mim, este recreio aéreo russo não se resumirá a um conjunto de imagens altamente
mediatizadas, objectivo primeiro vindo lá da Mãe-Rússia, mas antes volta a ser
a expressão de um poderio materialmente traduzido e que no fundo representa o
modelo presente de afirmação militar dos russos, afinal não muito diferente do
arqui-rival americano. Para cúmulo do desaforo, e no que ao azul celeste do
firmamento português diz respeito, já me basta o que por cá se vive pelo que esta
mania de alguém vir passear ao quintal do vizinho longínquo sem licença, é
coisa que me chateia solenemente. Que alguns queiram fazer fortuna à custa de
meio mundo já de si é velhacaria que me repugna, agora guerrear ou escarnecer à
custa de outro meio é que já não me entra. Acresce que, na dúvida, eu duvido, e
se uma foi “guerra fria”, espero bem que a haver próxima, indesejada e
indesejável, não seja uma verdadeiramente quente a modos de acabar com o que
nos resta. É que às vezes os tidos por sonsos tornam-se subtis e os lúcidos
absurdos e estúpidos e vá lá um homem perceber de que lado deve ficar. Uma
pegajosa dúvida que não descola!
Mário
Rui
___________________________ ________________________________
___________________________ ________________________________