Violência gera violência e ninguém sabe onde vai
parar toda a situação que se vive em Kiev. Vejo imagens onde as posições
extremadas dos manifestantes e do governo não auguram nada de bom. Nos
bastidores de todas estas condenáveis violências está a Rússia e a União Europeia
que, parece-me, assistem ao desenrolar dos acontecimentos deixando que se
percam vidas humanas em nome de um medir de forças entre Bruxelas e o Kremlin. Não
o têm dito tacitamente mas lá que se têm esforçado em acusações mútuas pelo que
está a acontecer, lá isso têm. À brutalidade da política externa do Kremlin
face aos vizinhos, a UE responde com a aplicação de sanções aos responsáveis
políticos ucranianos. Não sei se é suficiente esta posição de Bruxelas posto
que se o Kremlin se lembra de tirar (mais uma vez) “um coelho da cartola”, ou
me engano muito ou ainda vamos assistir ao fim de mais uma “Primavera de Praga”.
Não? Espero que não e que tudo se resolva a contento da maioria do povo
ucraniano. Afinal esta maioria queria uma aproximação à UE, mas de democracia
eu cada vez percebo menos e então quando me vêm à ideia os protestos de uma
outra praça, a da Paz Celestial, nome irónico, em 1989, aí já não sei mesmo o
que significa o termo! Atenção Europa, se este é um continente civilizado então
vamos lá sentar à mesa da concórdia a desobediência civil e os que se regem por
normas de conveniência política. Ou será de submissão? Não queremos guerra,
queremos entendimento.
Mário Rui
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