Leio
num qualquer Almanaque dos Costumes do nosso tempo que 2016 será um ano pouco
dado a questionamentos ou dúvidas no que toca a máquinas inteligentes. Pelos
vistos, a tecnologia vai trazer até nós mais equipamento do outro mundo, agora
chamam-lhe “gadgets”, que tudo fará em nosso lugar qual geringonça-maravilha a
substituir-se ao homem, não tendo mais a apertar-lhe o freio as reprimendas da
razão ou tão pouco do coração. E dessa barafunda de coisas úteis, sem dúvida,
mas em muitos casos também supérfluas, só espero que não resulte em nós todos
mais condicionamento mental do que o que já temos. Por outro lado, também nos
será útil manter a guarda de modo a que não sejamos dominados pelo sistema em
prol de uma aparente harmonia comunitária vinda de tanta tecnologia, sobretudo
da fútil, pois na maior parte das vezes fechamos os ouvidos ao canto da sereia
de falsas noções de progresso. Para cabeças liquefeitas com tanto avanço
técnico, talvez ficasse bem falar e pensar em primeiro lugar no moleiro e no
moinho, e então depois pôr-se a jeito do progresso, mas só do vantajoso.
Mário
Rui
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