SIRESP diz que "esteve à
altura" no incêndio de Pedrógão Grande (LER
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Socorro-me de Santo Agostinho,
que nos explicava o que para ele era o tempo, e espero que ele não me leve a
mal, para vos falar do SIRESP. Para vos falar dessa coisa que na hora certa
ardeu, não funcionou, dizem uns, mas que não ardeu, funcionou pois então, dizem
outros. E tenho eu de viver estas banalidades e mesmo convocá-las, enfim, para
o desafio que é o delírio de viver por entre tanto orgulho em troca de
resultados tão pífios. Ainda agora a procissão vai no adro e já começamos
a perceber, abanando o rabo, agradecidos e contentes, que afinal tudo correu
bem. Afinal até parece que não houve incêndio nenhum e lá vamos nós, descendo a
ladeira alegremente, mas na certeza de contarmos os costumados cadáveres
insepultos de sempre. Esses foram certos, não vá alguém dizer-nos que tudo
correu bem. Ah, mas meus amigos, eu tenho a certeza que houve
fogo, SIRESP não sei se houve. E desconfio que os mandantes deste triste
retrato de Portugal, eles mesmos, estarão também na dúvida, interrogando-se; “o
que é o SIRESP? Se ninguém me perguntar, eu sei, porém, se quiser explicar a
quem me perguntar, já não sei”. Eu
também nada sei, mas ouso uma explicação para o fogo que houve e para o SIRESP sancionado
por uma cartilha ideológica que foi, é, uma lambança de favorecimentos e
apadrinhamentos de causar náuseas, vómitos e arrepios, desse imenso arraial
brega, tosco e vazio, sempre ensaiado pelos que anseiam de modo apaixonado que a
Somália seja aqui.
Mário Rui
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