E
as lágrimas correm às bagadas pelo país! O povo soluça, range, suspira,
crispa-se, sofre, chora e é tudo! Pranto nacional que marulha e cresce! O que
fazer? Pôr a gente a alma a meia haste porque não há outro remédio. As
audiências assim feitas são um hino, mas quando se trata de dar cultura,
ensinamento, são uma queixa. Nobre povo, nação valente, voltámos enfim ao
antigamente. Já só falta o candeeiro a petróleo. E eu a pensar que toda esta
palhaçada já se tinha finado. Foi sonho. Mas só agora reparo que estou a tomar
isto a sério. Que nos fiquem, pelo menos, alguns livros, pois o que mais vejo
são autógrafos. Basta ler um bocadinho e a gente logo se cura. Pobre televisão,
pobre jornal chalro.
Mário Rui
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