Ainda
sobre esta “classe distinta”, mas muito banal vista por dentro, que acha que a
nossa História é para sonegar, agradeço-lhe é que vire a agulha para o futuro,
não tentando destruir um passado, mesmo que incómodo, por qualquer título.
Embarquem pois todos nessa viagem que eu fico no cais. Não tiro bilhete para
tal ‘circo-navegação’. Por mais manhosamente fagueira que agora a queiram
pintar, nunca conseguirão meter-me nesta alfândega que pretende obrigar-me a
colocar as horas reais da História de ontem, boa ou má, nas horas fantasiosas
de hoje. Exilo-me, e o mais que posso fazer é pedir aos historiadores vindouros,
e ainda à dita “classe distinta”, se no seu seio houver algum contador de banda
desenhada que, tão depressa publique o compêndio da História recente do país,
nele inclua algumas passagens do “esplendor” dos muitos heroísmos
contemporâneos para que as futuras gerações de portugueses os possam conhecer.
Em todo o caso, esse livro escolar será um logro se o título não for o
seguinte; “Portugal de um certo período sucedido há pouco e palpitante!
Existiu, embora tenha sido um equívoco”.
Mário Rui
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