Com escaramuças de foliões já pelas
ruas, as do Entrudo somadas às de mais uma campanha política, lá se fina a
última mostra dos “barões assinalados”, o que invariavelmente me obriga a
‘fugir-me’. Mas o tempo há-de melhorar, os cinismos voltarão à jaula, os
aplausos e vivas aos candidatos, os que os tiveram, esfumar-se-ão, logo essa
pressuposição de actividade válida apagar-se-á. Pese embora alguns dos
pretendentes ao lugar terem sido muito cumprimentados por si próprios, proponho
que para a atenuação de tal desgosto, mas igualmente do parlatório sabido de
outros, se lhes vote um crédito, quem sabe se não mesmo aos que se proporão lá
para 2021, que pode ser dízimo à volta de uma esperança por cabeça. Se vamos
subvencionar outra vez? Claro, mas então se for para uma sã precisão e
conquanto não se trate de nova tramóia, custa mais do que aquilo que até agora já
demos à feira? Até é capaz de ser maquia pouca, curta mesmo para a solução dos
inúmeros problemas que a presidência ainda tem a discutir. Mas pronto, será um
estimulozinho à vontade do eleito que nos calhar em sorte e também ao ânimo dos
que sofreram nova prorrogação. E dito isto, quando enfim sair o antigo e entrar
o novo, será que podemos aspirar ao
vislumbre da justiça em lugar da audácia? Mal por mal, que venha um bem teso.
Antes pôr às escâncaras a pouca vergonha que sobre nós paira, do que esta
continuada aparência de intenções patrióticas, sempre escondidas no mais desaforado
compadrio. E se for assim pelos meses fora, em cada cinco dias válidos da
semana, até eu ponho foguetes. E se achar que esta minha impaciência acaba em
despeito, por insistência de falcatruas, desonras, desperdícios, roubos, então
continuarei a chamar a essa biografia política de Portugal, de sindicato do
mal! Bom Carnaval.
Mário Rui
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