Claro
que não são assuntos comparáveis mas era só para dizer que entre a sardinha que
se amanha – se calhar uma inocência casta - e depois é cuidadosamente consumida
pela fome de um só e um acordar em pânico com os efeitos que a crise financeira
na China pode vir a ter, muito nos conviria contar com autoridade, ou
autoridades, outras, que realmente se despissem de berloques de contas e
figuras pelintras e, isso sim, fossem pensando no modo como vencer o
quebramento pesado de mais fatalidades que por aí podem vir em resultado da
desaceleração económica chinesa. Refiro-me às autoridades que tudo resolvem com
autos de apreensão, cujo erro é terem mais olhos que barriga, mas sobretudo às
outras que não cuidam do que é verdadeiramente importante para a vida colectiva.
Eu sei, eu sei, muitos perguntarão «mas o que tem uma coisa a ver com a outra?»
Tem tudo, digo eu. É que o equilíbrio de uma “autoridade” reside na
coexistência de muitas autoridades. É tudo uma questão de bom senso e boas
práticas. Ah, já agora pergunto; e se o homem transportasse robalos em vez de
sardinhas? O que teria acontecido? E se Portugal deixar de ganhar cerca de mil
milhões de euros por ano em exportações para a China? O que acontecerá? Haverá
alguma relação entre tudo isto ou estarei a ver enredos em toda a parte?
Mário Rui
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