"Só os mortos
não voltam. Dava tudo no mundo para os tornar a ver, e não há lágrimas no mundo
que os façam ressuscitar". (Raul Brandão – in “Memórias”)
É triste saber que
'ABANDONO' é a palavra do ano de 2017. Não é outra, não, e essa é deplorável!
Tirando a redacção política, leia-se prosápia vária de quem manda, de quem
obedece, de quem devia ter feito e não fez, onde se agrega o pior de cada coio
falante mas nunca actuante, 'ABANDONO' foi, é, o resultado de uma mão cheia de
tolices vindas de gente menor. Mais, 'ABANDONO' é o corolário da piolheira de
irresponsáveis que fazem vida de aguardar lugares importantes, e enquanto
esperam por eles, tagarelam, tagarelam inexactidões lançando borda fora a
anarquia interior do que dizem mas não fazem. No mais das vezes a única
influência que têm sobre os acontecimentos tragicamente vividos pelos
ABANDONADOS, consiste em adaptação parodiada da linguagem que empregam nos
palcos que ainda lhes dão visibilidade. À guisa de plano dito pensado,
organizado e prudente, mais não fazem senão deixar ambiguamente à desorientação
a escolha dos meios e dos métodos para levar a cabo boa empreitada. É isto o
'ABANDONO'!
Mário Rui
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