Na véspera do dia dos seduzidos
E o que é isso do amor? É amanhã? E não pode ser hoje?
É às vezes a incessante ansiedade
e tensão da dúvida, outras tantas o dia inteirinho de prontidão mesmo que o
empreendimento exiga roupas novas em vez de novos apaixonados. Camões
chamou-lhe fogo que arde sem se ver, Espanca queria amar, amar perdidamente, outros
dele disseram ser coisa que se ergue no firmamento em desenho profundo. Todos devem ter razão pois percebe-se ser um
dos poucos sentimentos que arranca do coração meigos lentos quer se esteja na
prisão da incerteza ou na certeza da companhia que transforma. Pronto, talvez
seja isto o amor e porque desamar por nos termos enganado é, de facto, muito
idiota, mais vale achar que fora o amor, a amizade e a beleza interior, não há
certamente muitas outras coisas capazes de alimentar uma vida. Não se enganem
pois na paixão!
Mário Rui
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