A Copa do Mundo
Brasil 2014 está a chegar ao fim. Se tivesse de resumir o que se passou na
competição diria que a mesma despertou em mim as maiores esperanças, fundadas
em duas equipas, Portugal e Brasil. Fechado que foi esse ciclo de confiança, o
que sobrou foi afinal uma efémera ilusão de ganhos que mais não acrescenta
senão a ideia da necessidade de começar tudo de novo. A velha teoria de que não
há que desesperar, mesmo nas situações mais desesperadas, falando por agora
apenas de futebol, é algo que já faz parte do jogo português e pelos vistos
coisa destinada a ser tolerada de modo humilde. Ainda que falemos em renovação,
o surgimento de novos âmbitos de acção que melhorem o desempenho da nossa
equipa, atente-se no passado recente, parece ser equação que continua por
formular, quanto mais respondida. No caso do Brasil, creio pelo menos por esta
vez, também não houve um casamento estável e a confiança manifestada pela
equipa foi o que menos se ofereceu ao povo adepto do lado de lá do Atlântico.
Quer no nosso caso, quer no brasileiro, o que se deve concluir é que há
alianças que começam com a expectativa de mais vantagens e depois acabam por
desfazer-se logo que a satisfação enfraquece. No tocante a Portugal, e não
querendo sequer avaliar a prestação do treinador, pois analisando melhor todas
as variáveis da dita equação, por resolver, é fácil entender que manda quem
pode e obedece quem deve, a verdade é que na envolvente habitam muitas
situações que apenas conferem à equipa ondas crescentes de incertezas. Não é
uma fatalidade mas facto é que assim tem sido este nó que aperta num verdadeiro
ciclo vicioso as pretensões futebolísticas nacionais. Esta parece ser a única
certeza e não é seguramente questão da nossa inventiva comum. Em suma, e para
terminar, este permanente estado de incertezas confundidas com curas só tem
levado à derrota do nosso futebol urgindo portanto alterar tal panorama de modo
a que possamos alcançar desiderato considerado por todos digno e atractivo. De
outro modo, continuaremos a sentir apenas experiências dolorosas, nós, e pelo
andar da carruagem o Brasil, embora neste caso por motivos diferentes e que por
desconhecimento evito comentar. Remato assim nesta direcção e a tudo o mais
quero, e devo, pois então, somar igualmente o resgate dos que, dizem, tratam a
bola por tu; no campo, lá onde tudo se decide, Portugal foi uma equipa sem
causas comuns e o Brasil um “team” sem ordem nem progresso.
Mário Rui
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