“Câmara
de Almada gasta 78 mil euros em relógios para dar aos trabalhadores. Iniciativa
é uma tradição com mais de 20 anos, que o presidente da câmara, Joaquim Judas
(CDU), não quis quebrar. Todos os anos a Câmara de Almada distingue os
trabalhadores que completam 25 anos ao serviço do município com um relógio de
pulso, oferecido no dia da cidade, a 24 de Junho. Este ano a tradição
mantém-se.”
(jornal
Público)
Pêndulos
muito oscilantes ou a vã vontade do “não penses”, “não queiras saber”, “limita-te
a fluir”
Bem,
sejamos sérios. Lá que se recompense a dedicação dos funcionários do município
eu até posso perceber. Agora 130 contos contados à moda antiga, são 130 contos e
não me venham cá com cantigas! Por muito devotos que sejam ao serviço público,
gastar tal quantia por pulso é coisa que me faz pensar se num país sem recursos
se justifica esta caríssima (in)justiça de prémios e destinos. Bem sei que muitos
outros infelizmente também o têm esbanjado, ao dinheiro, mas tentar apagar a origem desses males com
outros iguais não é exemplo melhor que o primeiro. Ademais, isto não se parece
nada com distinção, eventualmente merecida, mas está mais perto de efeito
decoral palaciano. Isso é que é altamente reprovável. É caso para dizer que muito
fecundos são os leitos de alguns pobres ou, então, é muito divertido aquilo que
não se recorda. Mesmo tratando-se de autarca com siso, como julgo ser o caso, assentava-lhe
que nem uma luva mais comedimento quer no bolso hospitaleiro, que não o dele
mas o de todos nós, quanto nas estultícias explicações dadas para o que não tem
explicação!
Mário
Rui
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