O
exercício vem num manual de Física para alunos do 9.º ano: “O Diogo largou um
gato da varanda do seu quarto, situada a cinco metros do solo. Qual a
intensidade da força aplicada ao gato durante a queda”?
Quanto
ao infeliz gato, enfim, será certamente o único que sai de todo este falaz modo
de ensinar, puro, limpo e inocente. O que realmente me deixa perplexo e
preocupado, são as ideias de algumas pessoas que suportam e dão à estampa o mal
profundo que representa o uso do animal para fim que se pretende educativo ou
didático. Pretende-se, apenas, porque posto assim o problema passamos então a
ter dois problemas. Um é o de física que vem no respectivo manual do 9.º ano. O
outro, esse sim incomensuravelmente mais grave e julgo que de esperança perdida
quanto à sua resolução, assenta basicamente na questão do raso das
personalidades assim intelectualmente estruturadas que já não conseguem elevar
até à altura mínima do bom princípio um assunto de comezinho bom senso. É a
banalidade educativa que continua a dormir sossegada, e se não incomodada tanto
melhor, na sua cama de imprudências e rídiculas pândegas-pedagógicas que se
acham formativas. Pobre, esta arte de assim ensinar. Qualquer coisa como secar
as nascentes das fontes educativas, sítios aonde as gerações que hoje querem
aprender e também as futuras – pelos vistos – têm de beber!!! Ah, já agora
resta perguntar; em que estado ficou o bichano após sujeito a tanta física
dinâmica e também o inventor do problema possuido de tanta física cerebral
estática?
Mário
Rui
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