E
de repente, zás! Atrás do chefe, plantam-se uns prestidigitadores que trazem
segredos do Além de modo a que, não importa a pose, possam guardar
conveniências. Se for de sorriso, de mais um piscar de olho, e um não menor
inclinar de cabeça em aceno emotivo de grupal aprovação, então o dia está
ganho. Tanta fantasia e tão pouco sentido não fazem outro ponto de vista que
não seja mero efeito orquestral, digo eu. Mas estou errado. Eu sei. E sei,
porque extinto o clarão do último flash da câmara, já ninguém lhes tira aqueles
breves minutos de brilho. Mesmo que tenham deixado atrás de si um vago efeito
de grupo de elogio mútuo. Enfim, cada um ajeita-se a seu gosto e, mal por mal,
a câmara televisiva sempre foi, e ainda é, um óptimo úbere. Para os figurões da
avenida, assim aprumados, é, quando muito, apenas mais uma corridita de
obstáculos. Terminada a prova, aos outros resta a arrumação das barreiras. Até
um parvo pareço, quando os vejo a correr. Boa noite e obrigado Vasco Ribeiro.
Mário Rui
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