“Rapidamente e em força”, tal
como o outro e que afinal deu errado. E se se resolve assim em tão pouco tempo,
qual a razão porque não foi feito antes da tragédia? (LER
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Por tudo o que não tem sido
precavido ao longo de tantos anos por todos os governos, por tudo o que também a
ambição de alguns privados se tem permitido, por tudo o que as mais variadas entidades
supostamente acreditadas não têm feito quanto à salvaguarda da matéria frágil
com que somos feitos e sobretudo desfeitos, nós, a Natureza de todas as coisas,
perdoa ainda ao pior pecador, mas exigimos arrependimento sincero. Talvez seja
altura de muitos destes agentes se retratarem. Mas, porque sei que muitos deles
até de boca fechada mentem, mais não digo. E só não o faço porque há
emergências na vida cuja definição do pensamento e da justificativa da intenção
que me vai na alma para as dizer, podem sair-me como conclusões intempestivas
irrefletidamente tiradas do silêncio a que a conveniência obriga. Não obstante,
no ânimo de não calar tudo, porque no pretérito pouco foi oferecido às gentes
de Pedrógão e às de outros ‘pedrógãos’, quero dedicar a muita desta insolência
política e respectivos acólitos que pertencem ao estilo mentiroso, falso, do
nosso tempo, o meu nojo pelo persistente desapego que sempre mostraram em
relação à natureza, ao homem, à história, à sociedade, ao indivíduo, à
colectividade. E vejam lá se começam a perceber que já a multidão se inicia
no resmungo, finalmente e com razão,
tantas têm sido as vossas maravilhosas soluções, elixires ensaiados para o
problema da floresta mas que invariavelmente acabam vertidos mas é sobre as carcaças
dos povos caídos! Já não medra feto nem canta pássaro lá no sítio onde a morte
foi certa na hora incerta, meus sacanas. Aqui, ardeu Tróia! Penitenciem-se como
puderem, mas penitenciem-se, todos, meus sacanas! Foi sempre o vosso
facilitismo a atrever-se a perturbar a vida alheia, meus sacanas. Pela culpa
que me toca quanto a tudo isto, também a tenho, peço desculpa a Pedrógão.
Certamente terei sido igualmente responsável por viabilizar tanta mediocridade
ao longo de tantos anos. E agora, triste, a pedir com o que me resta de escrita,
um salvador, reconheço que afinal os salvadores são todos bombeiros
voluntários. Só! Valha-nos essa salvação pública pois a outra dificilmente
tirará o país do cataclismo!
Mário Rui
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