Declaração
de desinteresses: poucas são as vezes em que estou de acordo com MST. Mas se o
dito fala bem, só devo elogiá-lo por isso. É o caso.
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Pela
natureza do assunto, mas sobretudo pelas circunstâncias do momento que vivemos,
Portugal do passado é vergonha para alguns historiadores. E estando a esfera da
porcaria intelectual moderna acima da minha jurisdição, o mais que posso dizer
dela, mas em particular deles, é só isto; se de facto estes historiadores
imbecilizantes tivessem optado pela eloquência do seu silêncio e, quando muito,
apenas parado na alegre contemplação do seu umbigo, já teriam evitado insistir
na ideia de fazer dos outros parvos, mas estariam especialmente a romper, e
bem, com o círculo de limitações que o pobre discurso ideológico lhes impõe.
Mais, já teriam inteligentemente cortado com esse bilioso colóquio de ofensas a
terceiros pois vale-lhes pouco esse acre jeito de tratar a memória do país pelo
bruto de gládio nu que travam com ele. E teria outra vantagem, esse tal
eloquente silêncio; a digestão do muito que têm invectivado através dessas
fábulas semi-históricas, não lhes iria certamente perturbar os intestinos
cerebrais dizentes, menores, mas não por acaso, e a mim já me teriam ajudado
muito a dirigir o olhar a coisas mais higiénicas. De resto, até por aí anda um
com a história de Portugal pendurada em suspensórios, não sendo a elasticidade
dos ditos para a elevar, mas antes para a baixar, tal é o vício cronicamente
incapaz de qualquer pensamento independente. E é esta ‘intelligentsia’ que
agora ocupa os postos estratégicos do ensino de uma certa história de Portugal.
Uma verdadeira indústria de prestígios pensantes! E é esse o meu lamento pois
com tanta indigência mental, vai restar pouco, ou quase nada, para ensinar aos
vindouros. Com tão abundante recorte histórico minimizador, um dia vão
dizer-lhes que Portugal nasceu no século XX. Que o passado, curtíssimo, pois
então, só conta a partir do instante em que a intelectualidade reinante o
decretou e, assim traçado, é o único. E se recheado de ressentimentos
neuróticos, esse sim, passará então a ser o pretérito mais-que-perfeito, o
composto que não o simples, que por decreto republicano encherá os próximos
compêndios dessa recém nascente e acanhada história de Portugal. Meus caros,
quer queiram, quer não, só há uma História, a real. Boa ou má, mas a real. As
outras são todas histórias com "h" pequeno!
Mário
Rui
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