Político indiano diz que vítimas de estupro deveriam ser enforcadas
Abu Azmi afirmou que mulheres que façam sexo fora do
casamento, incluindo as violentadas, devem ser mortas.
A onda de violência sexual na Índia virou pauta das eleições
que são realizadas no país, porém, com declarações pesadas contra os direitos
da mulher. Com seis semanas de duração, se trata do maior evento eleitoral do
mundo. Na última sexta-feira (11), o político Abu Azmi, do Estado de Uttar
Pradesh, afirmou que as mulheres que mantenham relações sexuais fora do
casamento deveriam ser enforcadas, incluindo aquelas vítimas de estupro.
“A violação é castigada com a forca no Islã. Mas aqui não
acontece nada com as mulheres, somente com os homens. A mulher também é
culpada”, disse Azmi, presidente do Partido Samajwadi (SP) no Estado de
Maharastra, ao jornal local Mid Day. Azmi argumentou que a solução para evitar
os estupros é que, se “uma mulher casada ou solteira vai (fazer sexo) com um
homem, com ou sem consentimento dela, deve ser enforcada. Ambos devem ser
enforcados”, continuou.
As declarações de Azmi, senador entre 2002 e 2008,
aconteceram um dia após outro episódio, quando o chefe de seu partido Mulayam
Singh Yadav dizer que a forca é um castigo “injusto” para os estupradores. “Os
meninos cometem erros, mas isso não significa que tenham que ser enforcados”,
declarou Yadav, apesar de não se opor à pena de morte como castigo para outros
delitos.
Os pais de uma garota estuprada e assassinada em um ônibus
na cidade de Nova Deli em dezembro de 2012 — um crime que provocou protestos e
um debate sem precedentes sobre a violência contra a mulher na Índia —
criticaram o político. “Seu argumento é que as mulheres não têm honra. Apelo ao
público para que não vote em um líder desse tipo. Apelo às mulheres para que
não votem nele”, disse o pai da moça.
“Todos os dias, mulheres são violadas e são erros? Ele fala
de acabar com a pena de morte para os violadores, mas os pais, como nós,
consideram que nem a morte é suficiente para os violares. Eles merecem pior”,
acrescentou a mãe.
O caso levou o governo a endurecer as leis contra agressores
sexuais e a estabelecer a pena de morte em caso de que a vítima faleça ou que
os violadores reincidam no crime. Quatro dos estupradores da jovem foram
condenados à morte e, no início de abril, três foram condenados à forca por um
estupro reincidente em Bombaim.
“A violação é castigada com a forca no Islã. Mas aqui não
acontece nada com as mulheres, somente com os homens. A mulher também é
culpada”, disse Azmi, presidente do Partido Samajwadi (SP) no Estado de
Maharastra, ao jornal local Mid Day. Azmi argumentou que a solução para evitar
os estupros é que, se “uma mulher casada ou solteira vai (fazer sexo) com um
homem, com ou sem consentimento dela, deve ser enforcada. Ambos devem ser
enforcados”, continuou.
(Portal Forum – Revista
Forum /Brasil)
Dizem ser a maior democracia do
mundo, mas com candidatos desta natureza é sempre possível constatar com
segurança da existência de regimes ditos livres que afinal apenas representam
insultos graves à condição humana. Mais preocupante ainda é o facto deste
político falar certamente para um eleitorado que gosta de o ouvir, requisito
que por si só deixa antever o voto como espécie de mercadoria que se cede,
quantas vezes, ao mais burro dos ofertantes. Já agora é igualmente oportuno
concluir que, mesmo em democracias sérias, como parece não ser o caso, e como
alguém disse, “a cátedra não existe nem para os profetas nem para os demagogos”. Razão mais que suficiente para também percebermos
que a certos regimes políticos pode-se pôr o nome que bem se quiser. Nunca há
dificuldade para encontrar mais um. Até se lhes pode dar o de democracia, conquanto o carácter dos eleitos e
dos votantes não esteja em discussão!
Mário Rui
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