“Procuradoria
justifica convocatória do DCIAP e escreve que Ricardo Salgado não é suspeito e
nem há indícios de prática de ilícito fiscal. Presidente do BES fala pela
primeira vez do caso e explica adesão a amnistia fiscal e regularização de
declaração de IRS. A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu um despacho
em que considera que Ricardo Salgado não é suspeito no caso Monte Branco. E que
não existem indícios de crimes fiscais.”
Jornal Negócios - 30
Janeiro 2013
“Ricardo Salgado foi
detido esta quinta-feira em casa, no Estoril. A detenção do ex-presidente
executivo do Banco Espírito Santo, agora a ser ouvido por um juiz de instrução
criminal, ocorreu no quadro do processo Monte Branco, que investiga um alegado
esquema de branqueamento de capitais.”
RTP1 – 24 Julho 2014
Que tempo perdido!
Será razoável prever
que o ano de 2014 vai ficar na história como a data simbólica que marca o fim
de uma época? É sabido que os últimos anos, de resto de forma bastante
esperada, têm sido de instabilidade bancária e posturas auto-indulgentes por
parte dos agora intitulados “donos disto tudo”, leia-se “DDT”. O que mais se
viu, e ainda se vê, são instituições que se afundam no seu próprio sucesso. Por
outro lado, a definição de perigo que tem acompanhado estas instituições e seus
representantes, tem sido quase sempre uma construção feita pelos próprios mas
também e especialmente por terceiros, estes últimos meramente ao sabor, vá-se
lá perceber a razão, de opiniões sem grande sustentação, pouco responsáveis e
sobretudo nada preocupadas em investigar e divulgar a tempo e horas as ameaças
potenciais. Parece não ter havido ninguém em Portugal, talvez graças ao Divino
Espírito Santo, capaz de violar o “respeito” da majestade agora moribunda. Ou
seja, todos os que por obrigação deontológica tinham o dever de abrir as portas
das lojas de cautelas e diligências, não o fizeram na devida altura. Agora
vendem suplementos choramingões como que, tarde e a más horas, a atestar da
(in)disciplina que lhes escapou quando a mesma a todos nós mais falta fazia.
Ontem a porcelana estava intacta, imaculada, hoje já o barro se desfaz e não há
pena nem pincel que consiga pintar cores alegres no quadro. São singulares
todos estes agentes desta chamada arte nova posto que, fruto das suas
lucubrações, até já a conseguiram transformar em nova arte. A coisa assim
entendida, mesmo que posta a nú agora, em nada restabelece curso ao nosso bom
humor. O motivo é simples; é que a fortuna de vida que alguns arrecadaram, riqueza
que, quer se queira quer não, foi dentada em quinhão que era de todos nós, já
há muitas luas tinham os simples percebido que mais tarde ou mais cedo iria
tombar inerte, apesar de nunca resignada. O que não se percebe é a torrente de
larachas com que todos os tais singulares agentes da nossa praça nos brindaram
com respeito a esta sumarenta salada de trocas e baldrocas. Neste caso, como em
muitos outros de natureza semelhante, troco tribunais, jornalistas, supervisão
oficial, alcoviteiros, gatos-pingados, humoristas, macacos de gravata,
políticos enjeitados e demais personagens lustrosas, pela concorrência do homem
simples do povo que sempre prevê borrasca quando impera a jactância. Afinal de
que nos serviu esse cortejo de gente informada e enformada? De nada, foram só
patuscos!!!
Mário Rui
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