Marcelo
em Nova Iorque: “A realidade é mais forte do que a ideologia” (LER
AQUI)
Duas
ou três coisas, só. A começar; não por acaso eu também acho que a realidade,
leia-se o que existe realmente, é mais forte do que a ideologia. Depois; não
por razão fortuita, eu também acho que a ideologia, leia-se ciência da formação
das ideias, dificilmente dá respostas a quesitos imperativos. Pior, ainda; esta
última, no mais das vezes, o que causa é prejuízo material e moral, coisas que
afinal resultam tão só das indiscrições e dislates de gente que apenas revela
parlenda hábil que se julga a governar. No entanto, senhor Presidente Marcelo,
para dizer que “a realidade é mais forte do que a ideologia”, não é necessário
falar na língua de Shakespeare e muito menos em terras do tio Sam. Deve fazê-lo
é na terra e na língua de Camões, a tempo e horas, pois o senhor é o homem
encarregado de sujeitar a um questionário os que pensam ser os ‘heróis do dia’.
Na proximidade desses ‘heróis’, que andam a vender espaço palpitante que
facilmente encha o apetite ao freguês, é que o senhor Presidente não deve
deixar passar os tais desconchavos e excessos de que os mesmos enfermam. Talvez
eu ande muito distraído, mas olhe que quase juro não lhe ter ouvido tal aviso
por cá. E fazia falta, pois em terra lusa, muito mais importante que um
bombeiro encarregado de fornecer fósforos, é um bombeiro que apague fogos. A
floresta cresce e arde em Portugal, não nos EUA. Até porque dito aí, fico
convencido de um certo artifício colorista de palavras. Chochas, sem fôlego que
atravesse o Atlântico!
Mário
Rui
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