Não tem janelas, portas, frestas, nesgas, fendas, gretas,
rachas, não tem nada que induza o IMI a entrar. A partir do momento em que o
Sol passou a pagar contribuição aos homens, em especial aos que na imitação
servil das obras que melhor souberam e sabem fazer, isto é, aos que com
divagações e frases vagas puseram o país na sombra e agora procuram visões que hipnotizem
os que têm de pagar a factura do drama, este é sem dúvida o modelo de casa que
recomendo. Nesta altura há que recorrer à chamada imaginação dos espaços, que é
o poder de evocar o hermetismo da habitação, de modo a que se possa evitar o
poder de trazer à liça a nossa revolta e nojo que este esbulho está a pedir! E,
entretanto, vamos agora ver o que se passa dos lados do contentamento histórico
e do canto lírico dos que acham que o país vai melhor. Gostava muito que me fossem
explicando a porção da substância que vai ficando destas espoliações.
Diferentes das outras? Não, iguaizinhas, tão estáveis como as antigas, sendo
que a única diferença está no grotesco dos que ainda julgam que uma tal aliança
bastaria para igualar a boa política à vida airada. Quando isto mudar para
MELHOR, volto a abrir tudo quanto é buraco na casa! Até lá, nem cheirar-vos ao
longe!
Mário Rui
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