Este
ano, a ONU realizou a 26ª cimeira anual, com o nome de COP26, em Glasgow, no
Reino Unido.
Líderes
mundiais, milhares de negociadores, representantes de governos, da indústria e
dos cidadãos reuniram-se durante doze dias para discutir medidas a serem implementadas
para manter o aquecimento global médio abaixo dos 1,5ºC.
De
tudo o que a este propósito vi, li e ouvi, fica-me a ideia de que o resultado
de tanta discussão se resumiu a duas evidências; o apoio financeiro a países
pobres ficou para as calendas gregas e, quanto ao resto, a palavra «phase-out»,
eliminação progressiva, foi substituída por «phase-down», redução progressiva.
Grandes
‘vitórias’, sem dúvida, o que dizem bem do mundo de hoje, que é um tablado onde
cada um vem falar do seu papel e depois a coisa passa.
Contentou-
se alguma plateia em ir anotando os vícios e as ilusões dos autores, o péssimo
ou o excelente do espectáculo, é como cada qual quiser.
Da
Greta, a Thunberg, claro, já que da outra não me apetece agora falar, não
querendo pôr a desordem nos “serviços” de alguns, acho que continua o triunfo
do badalo sobre o piano de cauda.
Já
agora, também gostei muito de alguns discursos à Miss Universo quando tem de
falar sobre a paz mundial ou sobre o fumo das chaminés, daqueles que insistem
em frase solta, jargão, lugar-comum, que não baixa a tensão e muito menos a
poluição, não fazendo por isso subir a confiança num mundo melhor, não evitando
assim que me continue a fugir do regaço a esperança da tranquilidade, ou o fim
da sujeira.
O
resto foi “showmício” descarbonizante muito sentimental mas sobretudo muito
derretido em quase nada.
Mário Rui
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