Venho talvez um pouco tarde, mas só cá estou para vos assinalar a Mãe, essa adorável modéstia que é o tesouro de quem a tem.
Quantas
vezes a paisagem lhe mostra apenas manchas sombrias e grandes lágrimas como
expressão mais eloquente do amor pelos filhos, e quantas vezes é roubada de
alegrias, cheia de sobressaltos, terrores, que o mais que lhe impõem são
sacrifícios de fomes, farrapos e fugas. Mas luta sempre por dias melhores. E
quem possui um carácter assim, se o não perde inocentemente, a sós com os seus
pesares e choros, começa a pensar, sem ver grandes alegrias em volta de si,
como pode lá aprender a sorrir.
Nessas
alturas, um olhar de Mãe, uma carícia, 'armas' únicas na defesa de um filho que
vai em futuro incerto, deve ser quase como um raio de sol para as flores.
Mãe,
existe em função do que ilumina e nunca em face de uma geração de guerra com o
compromisso de pôr em obra essas tenebrosas trevas em que alguns nos fecharam.
Mário Rui
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