"Reduzir
ao mínimo os fatores que distraiam os cidadãos" em dia de eleições. (LER
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Mas
porque razão devo eu concordar que um qualquer governo se arrogue o direito de
condicionar a minha liberdade individual em dia de eleições? Proibi-la é que é
deprimente, porque afinal essa ideia de que amigavelmente me pegam de cuidados
pela mão, não é mais do que sentir que me pegam pela orelha. E isso foi algo de
que já padeci noutros tempos, coisa que de resto foi instrumento e causa da
burrice nacional de antanho. Reduzir ao mínimo os factores que distraiam os
cidadãos? Valha-me a Santa! Então e porque não fecham cinemas, casas de
alterne, bares, salões de baile, casas de fado, interditam estradas de acesso à
praia, idas ao culto religioso, e por aí fora? Antes era para reflexão. A coisa
não colou e agora é distração. Pior ainda, cola menos! Noventa minutos de
futebol também tiram do sério quem vota? Promove a abstenção? Não, não promove!
O que promove a abstenção, e a nossa pessoal distração, são os subterfúgios com
que uma certa casta política foge a um confronto com a sua própria parte de
culpa quanto a ambos os casos citados; abstenção e distração. Era isso que
devia ser proibido. A vossa desculpa pela vossa culpa. O resto são ideias
grotescas de gente que parece ter o direito divino de julgar todas as coisas.
Catem-se com a vossa infusão medicamentosa para eleitores! Essa, eu dispenso.
Mário
Rui
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