Ivo Rosa sorteado
para dirigir Operação Marquês
O algoritmo: o
ás da escolha.
O algoritmo é um
processo de “cálculo” que dá para tudo e até para um par de botas. No entanto,
até um par de botas, das boas e bonitas, recorre ainda à arte do sapateiro de
modo a evitar que apodreça de lindeza inferior, isto é, garanta-se que a bota
dê com a perdigota. Há que tempos isto vai, santo Deus! Parece que foi ontem,
se bem que os resistentes do calcante ainda existam. É que, hoje, fazer a coisa
mental e manualmente pela fertilidade do senso, pelo assombro de algum talento
e, sobretudo, pela grandeza da responsabilidade e isenção, já não é exemplo que
se cole a ninguém. Só a alguns tratadores do couro. É por isso que se convoca o
algoritmo para questões em que ninguém quer pôr velas em procissão duvidosa, dê
o algoritmo o resultado que der. Bom ou mau, não importa. Deu, e pronto.
Absolutamente desinfectado, o algoritmo, absolutamente infectada, esta vida de
não decisores. Já não há árbitros para estas compitas da Justiça. E mesmo que
um dia apareça um, o melhor é que vá à missa todos os domingos e peça ao padre
que lhe ouça a confissão; porque para assumir a extrema decisão já lhe foi dada
a extrema-unção! E vá lá perceber-se porque foi chamado o algoritmo à contenda.
Eu sei, eu sei que o Sol nasce para todos. Mas…e para quem nasceu esta Lua?
Mais adiante saberemos, talvez num despacho perto de si, quiçá numa poltrona
aconchegada a outras e que dê numa tela de fitas. Bendito sejas, algoritmo, és
um ás! Agora, vais pôr ordem em algumas coisas sublunares. Escuras, como
trevas, mas vais aclará-las. Será? Não creio!
Mário
Rui
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