Crème de la crème
Os prazeres do que se pode recordar não são os únicos sacrificados no altar desta vida apressada em nome de quase tudo e afinal de quase nada. Lançada em 12 de Maio de 1967, já lá vão quase cinquenta anos, “A Whiter Shade of Pale” é seguramente um dos mais marcantes vínculos cravados no imaginário de várias gerações sendo, ainda hoje, como que o espelho dos efeitos que provocou outrora. Efeitos atingidos graças à nossa engenhosidade, dedicação e porque não às habilidades adquiridas com dificuldades - o que custava cativar, mas como era bom seduzir nessa altura – numas tardes que apenas exigiam tacto, algum bom gosto e depois a recompensa. Algo que fazia muitas pessoas felizes e provavelmente era vital para a felicidade de todos os que pelejavam em busca de instantes doces. Então, o orgulho pelo trabalho bem feito, pela destreza e astúcia, quantas vezes pela realização de uma conquista que parecia assustadora quase em jeito de superação de obstáculo inexpugnável, era coisa que nos dava capacidades de aprender e dominar novas habilidades. E que não se duvide da satisfação do então artífice e muito menos da auto-estima que ao par era transmitida. Era ventura oferecida por respeito aos dois. Agora estou nesta! Tremo ou choro? Procol Harum, obrigado!!!
Mário Rui