As
minhas fotos, mas sem bradar aos quatro ventos que sou um fotógrafo levado dos
diabos
Ontem
mesmo, vi-me forçado a remover do meu Facebook uma foto por mim tirada na chamada
“Turbina de Estarreja”, que mais não pretendia senão mostrar um cenário, ainda
que degradado, que ainda hoje me parece digno de um clique fotográfico. Removi
a foto já que, para muita gente, a mesma serviu de pretexto a ataques políticos
inusitados, quando afinal o meu propósito ao captar a imagem, não era esse.
Assim, como estou farto de algumas críticas destinadas a quem eventualmente as
não merece e para além disso não estou para aturar o modo tão penetrado por
toda essa poeirada confusa que vem de fora e me cai nos olhos, e eu bem percebo
a razão de tal poeira, passarei então a mostrar a esses activistas de sofá,
apenas excertos da «Menina e Moça», receitas de cozido à portuguesa e poesias
do saudoso Bulhão Pato e, como ilustração, reprodução da maviosa Josefa de
Óbidos. Talvez assim consiga contribuir um pouco, para, isso sim, não baralhar
as ideias de alguns e fomentar-lhes antes o equilíbrio mental quando observam
fotos minhas. Afinal, a chorar entramos na vida e a chorar saímos dela, motivo
pelo qual é necessário possuir um temperamento muito especial para levar com
essa inexcedível ventura que é a de possuir discernimento mental e conhecimento
especial para se falar sobre certas coisas. Quando não se sabe do que se fala,
todas as coisas, mesmo as mais solenes, mesmo as mais sublimes, mesmo as mais
emocionantes, mesmo as mais tristes, têm um lado intensamente ridículo. A esses
críticos, só lhes desejo que deslizem suavemente pela passadeira da existência,
mas, pela Santa, não fabriquem pesos de quilo só com 500 gramas, pois nem quem
os encomendou a vós, pode ficar satisfeito! Ou se calhar, fica mesmo. Mas isso
é assunto que tanto se me dá como se me deu. Já agora, aproveito para
acrescentar que se a ignorância premeditada e bem dirigida é um pecado, o
inferno deve ser óptimo para fazer churrasco. Mas não me queimem as fotografias
porque sinto-me em tudo o que amo. Fotografar é a arte de guardar um momento,
tornar permanente o que é fugaz, fazer do presente, um sempre. Para mim não é
trampolim para mais nada do que isso. Toda a vez que olharmos para o passado,
deixaremos um pouquinho do seu presente perdido lá longe, e o que eu quero é
apenas não perdê-lo para o futuro, é isso que me move. Mau é sonhar com um
passado quando afinal ele, às vezes, se revelou tão agreste, bruto mesmo, no
seu linguajar e acções ofensivas. Siga!
Mário Rui
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